sábado, 1 de maio de 2010

Despertar do comodismo

Não é sempre que o Papa Bento XVI dedica quatro
dias a um só país da Europa. Portugal é, por isso,
privilegiado.
Mais: o programa destes quatro dias é bastante variado,
porque pretende ir ao encontro das realidades
da Igreja portuguesa. Isto é, Bento XVI é como
um pai, que vem ao nosso encontro. E nós? Vamos
ao encontro dele?
Por que é que eu estou a falar nisto? É que noutros
contextos – como, por exemplo, aconteceu em Angola
– só o facto do Papa sair de sua casa em Roma,
para ir ao encontro dos fiéis africanos, só isso, foi
motivo de festa, com toda a gente na rua para acolher
o Sucessor de Pedro.
Será que temos esta consciência em Portugal?
Já ouvi bons católicos dizer que preferem seguir
tudo pela televisão. E até mesmo religiosas, que
não vão pôr os pés em Fátima nesses dias (apesar
do Papa ter agendado um encontro específico com
os consagrados). Não gostam de confusão – dizem,
como desculpa.
Este é o típico retrato da velha Europa: acomodada,
rotineira e cansada da fé.
Espero que os portugueses despertem deste comodismo
e permitam que Bento XVI se sinta aqui como
em sua casa, sob pena da nossa herança secular de
amor e fidelidade ao Papa ficar definitivamente arrumada
no passado, apenas reduzida aos livros de
história.
Aura Miguel

"Página 1 - Jornal Online"

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