quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Miguel Loureiro contesta o silêncio dos pediatras e pedopsicólogos sobre os malefícios do prolongamento dos horários lectivos das crianças

Miguel Loureiro contesta o silêncio dos pediatras e pedopsicólogos sobre os malefícios do prolongamento dos horários lectivos das crianças e redução dos "recreios" e actividades livres
Uma coisa que me deixou espantado, desde que vieram as "aulas de substituição", é o silêncio dos psiquiatras, psicólogos, pediatras, sociólogos e teóricos da educação face a tudo o que são verdades vivenciadas por cada um de nós e indesmentíveis por qualquer estudo ou medida administrativa.

1. Em criança, eu, e todos os colegas, do que mais gostávamos da escola era dos intervalos e dos "feriados";
2. ainda hoje, como professor, quando ouço colegas dizerem que gostam muito de dar aulas, eu contrario sempre, dizendo que gosto ainda mais dos intervalos;
3. sempre guardei a esperança de que os alunos acabariam por recusarem as substituições, mas inexplicavelmente, aguentaram-se;
4. claro que, com a compressão de horas a fio das aprendizagens formais, a descompressão tem que surgir de qualquer forma, e sai como indisciplina;
5. não é preciso recorrer a estudos (que são bem-vindos) para se saber o que é mais saudável e nem sequer falo nas vantagens para a aprendizagem, mas para se ser feliz;
6. o nosso Agostinho da Silva dizia que o homem não nasceu para trabalhar, mas para viver! Se os horários do Pré-escolar e do 1º Ciclo estão adaptados à idade da criança, que venha o primeiro mestre comprová-lo! Se a ausência dos pais a tempo inteiro é a melhor forma de educar, que venha o primeiro mestre comprová-lo! Se a redução ou eliminação dos recreios e dos "feriados" faz bem a alguma criança, que venha o primeiro mestre comprová-lo!
Mas a vida continua a andar ao contrário por causa do silêncio dos doutos especialistas.

Miguel Loureiro

In http://www.profblog.org/

Nun’Alvares

Tive curiosidade em saber mais sobre esta grande figura da história de Portugal, uma vez que ultimamente se tem falado muito sobre a sua santidade.
Aqui está um pequeno texto de Aura Miguel, que resume a sua vida.




Nunca vacilou nem desistiu de lutar. Mesmo no meio das mais graves adversidades, num país desorientado, com traidores a governar, nunca desanimou nem perdeu a esperança. Tinha uma certeza inabalável. A sua identidade de português era inseparável do seu amor a Cristo e à Igreja. E deu a vida por isso.
O carácter de Nun’Alvares Pereira era tão fascinante que, além dos milhares de homens que tinha no seu exército, até o inimigo o respeitava. Um pequeno grupo de castelhanos arriscou mesmo entrar no seu acampamento só para o ver, face a face, tal era a sua fama de santidade! Pelos serviços que prestou, o rei encheu-o de títulos. Era dono de quase metade de Portugal. E merecia-o… Mas a sua nobreza era de outra estirpe, bem maior do que as honras e louvores do mundo. Deixou tudo e fez-se pobre por amor a Cristo. O homem que merecia ser servido, acabou a vida a servir.
Amanhã, o Papa anuncia a data da sua canonização. Ou seja, vai propor ao mundo – e especialmente aos portugueses - Nun’Alvares como modelo.
Que o novo Santo português nos ajude a combater o bom combate!

Aura Miguel, jornalista da RR

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Aguda (VN Gaia), Fev 2009



...de tarde, visita à Estação Litoral da Aguda.

Aguda (VN Gaia), Fev 2009



Lindo dia.
Belo passeio com a família, almoço perto da praia ("Museu do Mar", Miramar) e...

Aguda (VN Gaia), Fev 2009



Aguda, terra de pescadores.

Miramar - Senhor da Pedra (VN Gaia), Fev 2009



...descansar um pouco.

Francelos - VN Gaia, Fev 2009



Tive necessidade de parar e...

Alunos do Leste arrasam a Teoria do Coitadinho - IV

Sou professor e venho aqui dizer apenas uma das muitíssimas experiências gratas que possuo com alunos vindos do "leste". Ora bem: primeiro dia de aulas, uma mãe à porta da escola com o filho pela mão. Confusão danada entre os alunos que entram, grande agitação (normal) pois são reencontros... Os carros dos pais estacionam em cima de tudo, do passeio, os miúdos saem de repelão.
A mãe, mais o filho, destoam desta confusão tão natural quanto bem vinda por todos nós, professores. Uma funcionária acaba por ir perguntar à senhora o que pretende, o que faz ali. A mãe responde em português ainda titubeante: sou da Moldávia e trago o meu filho. Gostava de falar com os professores dele.
O rapaz, 12 anos mal feitos, leva na mão um ramo de flores....
Zoltrix
No primeiro dia de aulas nos países de Leste, os alunos levam ramos e cestas de flores para a professora do 1.º ciclo. Todos vão vestidos para a ocasião; as meninas de vestido e laços no cabelo, os rapazes todos janotas, de camisinha. Os pais acompanham-nos. Não os despejam à porta da escola.

Bárbara

Fonte: http://www.profblog.org/

Alunos do Leste arrasam a Teoria do Coitadinho - III

Os alunos do Leste. Chegada cá, não tive muitos, mas, agora que estou (precocemente) aposentada, mantenho um contacto muito estreito com o último que me calhou em sorte. É um rapaz russo que foi meu aluno de Português no 2º ciclo e nunca encontrei miúdo mais ávido de corresponder ao esforço dos professores e às ambições dos pais. Telefona-me regularmente para que eu lhe traduza «a lingua da escola» que os professores e os manuais empregam. Por vezes, o assunto fica resolvido com um telefonema. Outras vezes, é preciso o contacto pessoal, a leitura comum, a conversa.
Está cá desde os seis anos e acha que podia ter tido mais sorte no 1º ciclo... porque pouco se ralaram com a sua sede de aprender mais e melhor. Nem se ralavam com a sua caligrafia, foi a mãe que lhe comprou cadernos para aprender a desenhar o alfabeto latino «como deve ser».
O pai é ladrilhador e mãe empregada num supermercado, e se tiveram uma formação superior, ao que ele me diz, não consegui ainda perceber qual. Em casa, falam russo e ucraniano. Mas isso não os impede de o ajudar nos TPC e de perderem horas de trabalho para irem à escola sempre que é preciso. Nas reuniões com os DT tomam notas e fazem perguntas sobre a turma e não sobre o filho. Confessaram a uma DT que não percebiam por que falavam tanto os outros pais enquanto ela apresentava os resultados/problemas da turma. Ficaram envergonhados quando houve um processo disciplinar na turma do filho deles. Trouxeram flores no último dia de aulas aos professores. Agradecem por escrito todos os comentários feitos na caderneta ou nos trabalhos do filho. E perguntam que livros deve ele ler, pedem desculpa antecipada por algum futuro deslize do filho e não aceitam o 3 como nota.

Maria José Seixas

Fonte: http://www.profblog.org

Alunos de Leste arrasam Teoria do Coitadinho - II

Os alunos do Leste desmontam a teoria do coitadinho. Não são nenhuns autómatos, nem são competitivos. Sobretudo não são doentiamente competitivos como alguns dos nossos meninos-bem, que, acicatados pelos pais, competem na base da facada nas costas do colega e do deitar as culpas aos professsores se as notas não são o que (os pais) desejam. Nunca vi a escola como lugar de competição. Competição é nos campos de jogos e nas pistas. A Escola deve acolher a diversidade e proporcionar formação adequada a todos e a cada um. Ajudar a fazer cidadãos bem formados, bem preparados, e responsáveis. E felizes, já agora. Os alunos de Leste têm sido para mim uma fonte de felicidade, de grande satisfação profissional. São francos, são amigos, são disciplinados, não são nada "frios", contrariando o estereótipo. Em dezenas que conheço, apenas uma Ludmila descambou, e anda com o grupo de meninas mimadas portuguesas a fazer tropelias. É a excepção que confirma a regra. Enfim, está plenamente integrada.

Jorge Arriaga

Fonte: http://www.profblog.org

Alunos de Leste arrasam Teoria do Coitadinho - I

1. A teoria eduquesa do coitadinho é o húmus de onde brota toda a irresponsabilidade. Baseia-se na seguinte ideia: privatização dos benefícios e socialização dos prejuízos. O Estatuto do Aluno é um exemplo da monstruosidade da teoria do coitadinho. A culpa é sempre da sociedade.
2. A vinda de alunos do Leste para Portugal desmentiu a teoria do coitadinho. Regra geral, os alunos do Leste são mais pobres do que os portugueses pobres e - milagre! - são melhores alunos do que os portugueses melhores.
3. A que se deve um tal "milagre"? Trabalho, respeito e responsabilidade. Exactamente o que falta aos pais de muitos alunos portugueses, ricos, remediados e pobres. Andam com o rei na barriga e perderam o respeito aos professores. Alguém lhes disse, erradamente, que o triunfo era possível sem esforço e sem trabalho árduo.
4. O ME foi criando normativos e dando orientações que agravaram a percepção errada de muitos pais portugueses sobre o direito ao sucesso. Essas orientações e práticas levaram muitos pais portugueses a concluir, erradamente, que é possível aprender sem esforço e respeito pelos professores.
5. Os alunos do Leste não serão mais inteligentes do que os portugueses. São apenas mais respeitadores e trabalhadores. E os pais são mais responsáveis.

Fonte: Prof. Ramiro Marques

Lições da Moldávia!

Fui, esta tarde, à reprografia da escola e encontrei uma funcionária nova.
Perguntei: "É brasileira?"
Ela respondeu: "sou moldava".
"E onde é que aprendeu a falar tão bem o português?"
Ela: "Eu? Sozinha!"
"Tem filhos?"
"Dois. Estão na escola".
"Gosta da escola portuguesa?", perguntei.
"Muito diferente da Moldávia. Em Portugal não há respeito pelos professores e a escola ensina pouco. Nada exigente", respondeu.
"Por que razão os alunos do Leste têm tão bons resultados?", perguntei.
"Muito trabalho em casa. Duas horas por dia de estudo. É pena aqui os professores não passarem trabalhos para casa. Alunos portugueses não respeitam os professores. Os nossos respeitam. Damos valor à escola", acrescentou.

Fonte: Prof. Ramiro Marques, http://www.profblog.org/

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Bons pais precisam-se!



Há uma boa notícia a dar no que diz respeito à educação dos filhos... qualquer um pode ser um bom pai! Ou seja, teoricamente qualquer ser humano que pratique o bem, saiba usar de bom senso e se esforce nesse sentido, pode dar uma boa educação aos seus filhos. Tenhamos pois esperança!
Apesar de todas as contrariedades da sociedade em que vivemos, apesar do consumismo, da televisão, da falta de diálogo, do stress, etc, etc, etc... há muitos pais que têm sucesso na sua missão de educadores, ultrapassando todas as contrariedades da vida, conseguindo que os seus filhos se tornem verdadeiros Homens/Mulheres de palavra, carácter, e cheios de virtudes na sua maneira de agir.
Ao que parece estes pais não têm um perfil especifico ou uma personalidade "tipica" que lhes permite o sucesso na educação, muito pelo contrário, existem diferentes formas de ser "bons pais", consoante a personalidade de cada um. Alguns podem ser mais compreensivos e calmos, outros mais seguros de si, uns podem ser lideres natos, outros mais reflexivos... Há bons pais que cresceram em lares equilibrados e felizes e bons pais que nasceram no seio de famílias disfuncionais e tristes (mas estão determinados a não seguir o exemplo que tiveram).
Apesar das diferenças de temperamento inevitáveis no ser humano, há algumas características comuns aos "bons pais" que não resisto a comentar, embora estas variem depois em pormenores de família para família:)
Os pais bem sucedidos geralmente estabelecem elevados graus de maturidade para os seus filhos, esperam que os filhos sejam melhores que eles em todos os aspectos, nunca perdendo a esperança nem a paciencia para os corrigir, orientar e direcionar sempre.
Os pais bem sucedidos vivem a unidade do casal e tranparecem isso aos seus filhos, amando o marido/mulher, o pai/mãe mostra ao filho como se esquece de si e serve as necessidades do outro. Se o pai honra a mãe, também o filho a honrará, se a mãe trata com carinho o pai, também a filha o fará. Neste sentido é frequente que os pais se ilustrem como exemplo um ao outro para explicar coisas aos filhos. Cada membro do casal deve pois "engrandecer" o outro, pois a reputação também traz respeito.
Os pais bem sucedidos esforçam-se por não discutir em frente dos filhos, pois percebem que isso não é bom para a dinâmica familiar, isto não quer dizer que não troquem ideias nem que não tenham diferentes pontos de vista, o que até pode ser enriquecedor. Contudo, em relação a questões da educação convém que os pais se ponham de acordo e se apoiem sem nunca se contradizerem em frente às crianças, caso contrário a sua autoridade será seriamente posta em causa.
Os pais bem sucedidos esforçam-se por colocar o orgulho de lado e saber pedir desculpas quando cometem erros, desta forma também os filhos vão perceber que é bom arrependermo-nos das ofensas que causamos às outras pessoas.

Por Alexandra Guerreiro, psicóloga

Educação e televisão




Temos de concordar que a televisão é inimiga do diálogo, e o diálogo é regra de ouro na família. A televisão, embora possa ter algumas coisas boas, se não é usada com prudência e sabedoria pode "disfarçadamente" deseducar os filhos e desencorajar hábitos que tanto trabalho deram aos pais a fomentar. É imprescindível ter muita atenção e cuidado com os média, nomeadamente com a televisão. A regra deve ser a televisão apagada, sobretudo durante as refeições. Quem acende a televisão devem ser os adultos, sendo que os filhos se quiserem terão de pedir autorização aos pais para verem determinado programa. O deixar ou não ver determinado programa, concurso, filme ou documentário, deve ser uma decisão ponderada pelos pais com base na qualidade do programa em si e não com base no comportamento da criança ou na sua vontade. Há de facto algumas coisas boas na t.v., ela pode proporcionar um entretenimento saudável e moderado se for usada de forma razoável e inteligente (como meio de unir a família portanto! e não o oposto).
O ideal é que haja apenas um aparelho de televisão na casa, isto dá aos pais um maior controle e faz com que todos sejam mais responsáveis na sua utilização. O desejado é que a família possa assistir em conjunto a bons programas, filmes, eventos desportivos, que sejam fonte de diálogo, de troca de ideias, risos e emoções em conjunto. Claro que as crianças podem fazer sugestões e pedidos para ver determinada série, mas são os pais que decidem como, o quê e quando (depois de se informarem bem acerca do programa e do seu conteúdo educativo). Esta liderança enfatiza a autoridade dos pais.
O que os pais devem procurar no uso moderado da t.v. não é apenas proteger as crianças, mas também ensiná-las a discernir por meio de critérios firmes, o que é bom e o que é mau.
Quando se tem um controlo sobre a televisão e esta sai "do centro da sala", acontecem espaços de tempo (inicialmente estranhos mas depois maravilhosos) para a vida em família. Mais tempo para pais e filhos se conhecerem, jogarem juntos, lerem bons livros, ajudarem-se mutuamente nas tarefas de cada um... Regra de ouro: saber tirar o melhor partido do pequeno ecrã!

Por Alexandra Guerreiro, psicóloga

Vamos assinar!! - Dia da Natalidade - 9/9/2009

Comunicado
Dia da Natalidade - 9/9/2009

A APFN saúda a iniciativa dos produtores de "Barrigas de Amor" de lançamento de uma petição no sentido de ser criado o "Dia da Natalidade" no dia 9/9/9, associado aos nove meses do período normal de vida intra-uterina, para que seja um dia de homenagem às mães mais recentes e de ocasião para, de forma mais especial, alertar governantes e sociedade em geral para a necessidade de se apoiar e acarinhar os jovens pais e mães para que Portugal possa vencer o cada vez mais rigoroso Inverno Demográfico em que tem vindo a mergulhar nos últimos 26 anos.
Para subscrever esta petição, basta ir ao site http://www.barrigasdeamor.com/ e escolher a opção "Dia Nacional da Natalidade - Um dia especial para as mamãs", a meio no lado esquerdo.

A APFN solicita a divulgação desta iniciativa para que seja um grito bem forte da sociedade civil, na linha do que a APFN tem vindo a clamar há dez anos!

13 de Julho de 2008

APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
Rua José Calheiros,15
1400-229 Lisboa
Tel: 217 552 603 - 917 219 197
Fax: 217 552 604

Um filho a qualquer preço no mercado da fertilidade

Há falta de informação sobre a eficácia dos tratamentos e das suas repercussões psíquicas
No ano passado nasceram em Espanha sete mil crianças com técnicas de reprodução assistida. Um facto que começou por ser uma prática isolada está a converter-se num recurso frequente. Enquanto a tecnologia continuar a avançar e os casais estiverem dispostos a dar tudo para terem um filho, vale tudo. A falta de informação sobre a eficácia dos tratamentos e das suas repercussões psíquicas, aliada a uma legislação quase sem limites, jogam a favor de um negócio florescente.
Assinado por M. Ángeles Burguera Data: 23 Agosto 2008

Enquanto nos Estados Unidos já há bastante tempo que se falava de um negócio (cf. Aceprensa 40/07), na Europa começam a ouvir-se mais vozes críticas, trinta anos após o nascimento da primeira bebé-proveta na Grã-Bretanha.
Da pílula ao bebé proveta. Escolhas individuais ou estratégias médicas?: é o título de um estudo apresentado recentemente em Paris e que analisa a dura experiência dos casais submetidos a processos de fecundação in vitro (FIV).
Annie Bachelot, psicossocióloga do Inserm e autora de uma parte desta investigação afirma: "É uma autêntica corrida de obstáculos. A FIV, pelo seu sistema de trabalho, impõe obrigações muito pesadas, tratamentos dolorosos e um alto risco de fracasso; alguns sentem que se está a instrumentalizar o seu corpo: as mulheres porque se convertem numa máquina de produzir ovócitos, e os homens porque se vêem reduzidos a simples dadores. Muitos insurgem-se contra este tipo de medicina, que classificam de veterinária, demasiado estandardizada e anónima".
Mais fracassos que êxitos
As consequências negativas também provêm da falta de informação sobre os índices de fracasso das técnicas. "Depois de cada ciclo de FIV, mais de 25% dos casais abandonam o processo e muito poucos ultrapassam a quarta tentativa". Entre os que continuam, pode dar-se uma espécie de fuga para a frente, às vezes inclusivamente encorajada pelo médico, embora em muitos outros casos também seja refreada. Chegados a este ponto, é habitual orientar os pacientes para a consulta de psiquiatria: porque parece que estão a arriscar mais que o simples desejo de ter um filho", afirma Bachelot.
A realidade francesa, semelhante à espanhola, revela que "há pouca informação sobre a taxa de êxito nas técnicas de fecundação in vitro. As clínicas apresentam percentagens de 20 a 30 por cento", afirma o doutor Guillermo López, director de Ginecologia da Clínica Universitária de Navarra. "Na medicina, uma técnica com um índice de 70% de fracasso não deve ser admitida nem usada. Mas neste sector vale tudo. Como as famílias procuram desesperadamente ter um filho, aceitam tudo o que lhes oferecem: todas as novidades, todos os suplementos que lhes podem dar mais garantias de êxito. E assim, todo o processo técnico se torna mais caro: uma indústria muito rentável e com imensas possibilidades de progresso".
Efeitos psíquicos
Na opinião de Guillermo López, estas técnicas têm repercussões psíquicas nas pessoas que a elas se submetem não só quando não há êxito - com a FIV há muitos abortos espontâneos, que geram sempre grande frustração -, mas até quando existe descendência. "Embora nesta clínica não façamos reprodução assistida por motivos éticos, chegam às nossas consultas bastantes casais com dramas terríveis, tanto pelos fracassos da técnica como pelo facto de saberem - mesmo depois do êxito - que possuem embriões congelados e que, se não quiserem ou não puderem enfrentar uma nova gravidez dentro de cinco anos, têm que decidir o destino a dar-lhes. Outro elemento que também tem influência na dificuldade de ter filhos é a idade dos pais. A média da idade da primeira maternidade entre as mulheres espanholas era de 29,3 anos em 2005 e mais de metade dos primeiros partos (56,1%) correspondia a mães com mais de 30 anos. "Isto é uma brutalidade, porque significa que muitas mulheres têm os filhos depois de fazerem 35 anos ", explica Margarita Delgado, demógrafa do Conselho Superior de Investigações Científicas de Madrid (El País, 24-11-2007).
Depois do boom da contracepção das quatro últimas décadas, segue-se agora o extremo oposto: a reprodução sem sexo e a toda velocidade. A mesma sociedade que atrasa os nascimentos por motivos laborais ou sociais acaba por ver na infertilidade um tipo de limitação e está disposta a pagar a gestação por um alto preço - entre 3 000 e 6 000 euros por ciclo -, desde que se assegurem e se esgotem todas as possibilidades.
A ausência de filhos, mesmo nas mulheres que vivem sós, é vista como uma inferioridade. Impõe-se, portanto, a corrida à gestação, mesmo com a sensação de se estar a converter o próprio corpo num mero instrumento.Em muitos casos falta paciência para esperar a chegada da concepção. E falta também o conhecimento de outras possibilidades. "Em bastantes centros de reprodução assistida oferecem-se técnicas in vitro com prazos breves, seis ou doze meses depois da primeira consulta. A micro cirurgia tubárica, por exemplo, que se usa para a reconstrução de estruturas, tem uma taxa de 70% de êxito na gravidez, muito superior à da FIV. Há muito pouca informação acerca de tudo isto ", comenta o director de Ginecologia da Universidade de Navarra.
E por que não "mães de aluguer"?
Na corrida dos casais à descendência, além das motivações pessoais, há também a influência do marketing das clínicas de fertilidade. Existe um negócio crescente à volta da doação de óvulos, que costuma ser o grande recurso no caso de a mãe ter mais de 40 anos. Apesar de a legislação espanhola não autorizar a venda de óvulos, a compensação à dadora pelos incómodos causados pode chegar a mil euros por processo. Este facto contribui para que em Espanha haja bastante mais doações que noutros países, como em França, onde não é permitido pagar. Além disto, oferecem-se serviços de congelação de espermatozóides e de óvulos.
Também se verifica uma crescente tendência a ampliar o tipo de clientela da fecundação assistida e a admitir técnicas que a princípio se rejeitavam sem qualquer dúvida. Nos começos, a fecundação assistida destinava-se apenas a casais com problemas de fertilidade. Mas rapidamente se estendeu também a mulheres sozinhas, sem nenhum problema reprodutivo, excepto o de não ter parceiro ou de serem lésbicas (é assim em Espanha, embora isto não seja aceite em países vizinhos como França e Itália); na Andaluzia já se anunciou inclusivamente que os serviços de Saúde Pública irão financiar este desejo reprodutivo de mulheres que vivem sozinhas para que nenhuma fique discriminada (ver Aceprensa 69/08).
Um filho a qualquer preço está também a contribuir para dar uma perspectiva favorável a práticas que em princípio eram rejeitadas por se considerarem indignas. Por exemplo, a legislação espanhola não permitia a existência de "mães de aluguer". Mas no início de Julho de 2008, os especialistas europeus reunidos em Barcelona no XXIV Encontro Anual de Medicina Reprodutiva já solicitaram a legalização em Espanha das mães de aluguer. Segundo Anna Veiga, médica do Centro de Medicina Regenerativa de Barcelona, "valeria a pena despenalizar este processo, embora se devesse aplicar de modo pormenorizado", não por motivos estéticos ou utilitários, mas por motivos médicos.
A linha de fronteira é difícil de marcar, tanto aqui como noutras técnicas já generalizadas. Nalguns países recorre-se a barrigas de aluguer quando há células germinais de um casal, mas falta o útero, como consequência de uma extracção cancerosa. Uma vez realizada a fecundação in vitro, o embrião resultante transfere-se para um útero contratado para prosseguir a gestação.O recurso a mães de aluguer já é tolerado na Bélgica e nos Países Baixos, e está autorizado no Reino Unido, Canadá, Grécia e Estados Unidos. É possível encontrar anúncios com ofertas deste tipo na Internet, na área denominada turismo reprodutivo. Com esta prática, acrescenta-se uma condição à busca genérica de descendência: assegurar que a criança tenha os genes dos seus pais.A possível legalização das mães de aluguer, que actualmente se debate no Senado francês, levantou também vozes de alarme. O ginecologista René Frydman, que admite e pratica a fecundação artificial, adverte (Le Monde, 30-06-2008) que se está a valorizar mais o aspecto genético que a paternidade "de intenção", isto é, a que está presente em fórmulas como a adopção, ou inclusivamente na doação de gâmetas.
Os que se opõem à maternidade de aluguer consideram que as mulheres que são pagas para se porem ao serviço de casais inférteis estão a prostituir-se e que os filhos vão ficar prejudicados. "A gravidez não consiste apenas em trazer dentro de si um bebé, é uma experiência fundamental que envolve os dois protagonistas: a futura mãe e o filho em gestação. Ainda estamos nos começos da descoberta da complexidade e riqueza da interacção entre a mãe e o bebé no útero", afirma Frydman, ao mesmo tempo que recorda o esforço psíquico que terá de fazer uma mãe de aluguer para não ficar vinculada pelos laços que se criam entre ambos.

Fonte: http://www.mamaegalinha.blogspot.com/

A Educação dos Filhos: o exemplo

Desenvolvimento fetal... Lindo

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Para pais e não só...

A importância de saber chegar a casa

Mário Cordeiro, pediatra, disse na semana passada numa conferência
organizada pelo Departamento de Assuntos Sociais e Culturais da Câmara
Municipal de Oeiras, que muitas birras e até problemas mais graves poderiam
ser evitados se os pais conseguissem largar tudo quando chegam a casa para
se dedicarem inteiramente aos seus filhos durante dez minutos.
Ao fim do dia os filhos têm tantas saudades dos pais e têm uma expectativa
tão grande em relação ao momento da sua chegada a casa que bastava chegar,
largar a pasta e o telemóvel e ficar exclusivamente disponível para eles,
para os saciar. Passados dez minutos eles próprios deixam os pais
naturalmente e voltam para as suas brincadeiras. Estes dez minutos de
atenção exclusiva servem para os tranquilizar, para eles sentirem que os
pais também morrem de saudades deles e que são uma prioridade absoluta na
sua vida. Claro que os dez minutos podem ser estendidos ou até encurtados
conforme as circunstâncias do momento ou de cada dia. A ideia é que haja um
tempo suficiente e de grande qualidade para estar com os filhos e
dedicar-lhes toda a atenção.
Por incrível que pareça, esta atitude de largar tudo e desligar o telemóvel
tem efeitos imediatos e facilmente verificáveis no dia-a-dia.
Todos os pais sabem por experiência própria que o cansaço do fim de dia, os
nervos e stress acumulados e ainda a falta de atenção ou disponibilidade
para estar com os filhos, dão origem a uma espiral negativa de sentimentos,
impaciências e birras.
Por outras palavras, uma criança que espera pelos pais o dia inteiro e,
quando os vê chegar, não os sente disponíveis para ela, acaba fatalmente por
chamar a sua atenção da pior forma. Por tudo isto e pelo que fica dito no
início sobre a importância fundamental que os pais-homem têm no
desenvolvimento dos seus filhos, é bom não perder de vista os timings e
perceber que está nas nossas mãos fazer o tempo correr a nosso favor.

in Boletim de Julho da Acreditar