quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Tempos difíceis

Raquel Abecasis

RR on-line 28-12-2009 10:10



Na despedida de 2009, resta esperar que o próximo ano traga, pelo menos, mais bom senso e juízo à classe política portuguesa que, bem ou mal, tem por função governar o país.

Espera-se que o Primeiro-ministro pare para pensar e desista de encenar uma crise política que ninguém quer.

Espera-se que o Presidente se assuma como tal, imponha respeito ao Primeiro-ministro e lhe diga que foi para governar que lhe deu posse.

Finalmente, espera-se que o principal partido da oposição acabe com um longo processo de auto-destruição em praça pública e possa, no próximo ano, começar um caminho que lhe permita estar presente de corpo inteiro em próximos actos eleitorais.

O que todos desejamos em 2010 é que os nossos políticos demonstrem o que valem, porque é nas horas difíceis que se distinguem os estadistas dos outros.

E é de estadistas que precisamos agora.

domingo, 20 de dezembro de 2009

"Meu tetravô Valgode", José Valgode

Meu tetravô Valgode

Que era Conde

Eu sei lá de onde,

Visitava a casa de minha avó

Que na época estava só.


Era uma linda viúva

Não apanhava sol nem chuva,

Entre dois goles de chá

Meu tetravô Valgode

Gosta do sumo da uva,

Bebia aquilo que se pode

e perguntou à minha avó

senão achava esquisita

aquela forma de estar só?!


Entre tantos galanteios,

o malandrão tocou-lhe nos seios,

pois para ele não era tema,

depois de beber uns copos

escreveu-lhe um poema,

meu tetravô estava inspirado

pela boa copofonia

disse então à minha avó Maria

que não era santinho nem vidente

E se ela queria

que ele lhe ferrasse o dente?!


Ela toda se derretia,

ninguém estava então presente

na casa de minha avó,

a partir daquele dia,

nenhum deles vivia só.

________________________
http://www.valgode.de

Formatação e arte : Águida Hettwer

Visualização e som : Vera Pessoa
São Paulo, 16 de dezembro de 2009

"A Língua Quem a Pode Domar?" José Valgode

Tu oh! Língua, membro tão pequeno

Que fazes grandes fanfarrices,

E vede quão pouco fogo

É necessário para incendiar um bosque !



Tu que deitas da boca para fora,

Uma língua que se levanta e demora

Língua tão pequena porém venenosa

Quando se agiganta fere e é maiúscula

Língua de fogo e também vernácula.



A língua pode ser bálsamo ou fogo

Pode levantar-se em favor da justiça

E pode constituir um mundo de injustiça

Manchar o corpo e incendiar a roda da vida.



A língua de poeta, escritor ou pedreiro

Pode se aguda, vermelha ou de escarlate

Pode soltar-se, ou andar à mingua

Pode ser benévola, ou dizer disparate!



A língua quem a poderá domar?

Pomos freios nas bocas dos cavalos

Para os dirigir, ou fazer parar

Mas há línguas de vaca que dão estalos.



A língua também se refoga e se come

Porém, outra língua, é porca e indisciplinada,

Prejudicial e cheia de veneno mortífero.

Com a língua bendizemos a Deus,

E amaldiçoamos com ela os homens

Que vieram a existir na semelhança de Deus.



E tantas e tantas vezes da mesma boca

Procedem bencao e também maldição.

A língua é um fogo e por vezes louca,

Difícil de domar neste mundo cão.



Todos nós tropeçámos muitas vezes,

Se alguém de nós não tropeçar em palavra,

Esse homem é quase perfeito, vencendo reveses,

Como um barco grande guiado

Por um leme bem pequeno

Que vai para onde queira o timoneiro!



_____________________


http://www.valgode.de



Formatação : Luiz Fernando Guerra
Visualização e som : Vera Pessoa
São Paulo, 27 de outubro de 2009

sábado, 19 de dezembro de 2009

"O meu mais belo poema de Natal" - Natal de quem?

NATAL DE QUEM?

O poema do verdadeiro Natal

Mulheres atarefadas
Tratam do bacalhau,
Do peru, das rabanadas.
- Não esqueças o colorau,
O azeite e o bolo-rei!
- Está bem, eu sei!
- E as garrafas de vinho?
- Já vão a caminho!
- Oh mãe, estou pr'a ver
Que prendas vou ter.
Que prendas terei?
- Não sei, não sei...
Num qualquer lado,
Esquecido, abandonado,
O Deus-Menino
Murmura baixinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Senta-se a família
À volta da mesa.
Não há sinal da cruz,
Nem oração ou reza.
Tilintam copos e talheres.
Crianças, homens e mulheres
Em eufórico ambiente.
Lá fora tão frio,
Cá dentro tão quente!
Algures esquecido,
Ouve-se Jesus dorido:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Rasgam-se embrulhos,
Admiram-se as prendas,
Aumentam os barulhos
Com mais oferendas.
Amontoam-se sacos e papeis
Sem regras nem leis.
E Cristo Menino
A fazer beicinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
O sono está a chegar.
Tantos restos por mesa e chão!
Cada um vai transportar
Bem-estar no coração.
A noite vai terminar
E o Menino, quase a chorar:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Foi a festa do Meu Natal
E, do princípio ao fim,
Quem se lembrou de Mim?
Não tive tecto nem afecto!
Em tudo, tudo, eu medito
E pergunto no fechar da luz:
- Foi este o Natal de Jesus?!!!


"O meu mais belo poema de Natal"

de João Coelho dos Santos em "Lágrima do Mar" - 1996

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Frase do dia 2

A nós não nos cabe decidir o que acontece. Tudo o que nos cabe decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado.

Gandalf a Frodo em "A irmandade do Anel"
J. R. Tolkien

Frase do dia

Nós sabemos que estamos apaixonados quando não conseguimos adormecer porque finalmente a realidade é melhor que os nossos sonhos.

Dr. Seuss

Natal ideal

17 | 12 | 2009 08.39H

João César das Neves | naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt

Estão criadas as condições ideais para o Natal. Basta olhar à volta e vê-se logo. Reparem como todos andam atarefados com a sua vida, festejos, compras, boas-festas. Tudo se centra em consumo, prazer, dinheiro, azáfama. Não é isto mesmo o ideal para o Natal?

Pelo menos na vida pública, ninguém parece interessado no significado desta festa, no presépio e no nascimento de Cristo. Vemos renas, árvores, sinos, trenós, mas poucas manjedouras. As montras, anúncios, jornais, televisões falam do Pai Natal ou do Obama em Copenhaga, não de Jesus.

Ninguém medita no acontecimento espantoso que é Deus nascer como um menino, o Omnipotente vir viver como um de nós para trazer toda a felicidade do Céu à tristeza deste mundo.

Olhamos à volta e tudo parece alheio a essa espantosa Boa Nova, que mudou e muda o mundo. Basta ver isto e compreende-se: estão criadas as condições ideais para o Natal.

Porque foi precisamente assim na primeira vez que houve Natal. Quando Jesus nasceu também ninguém lhe ligou nenhuma. Toda a gente se atarefava na sua vida, sem sequer saber do estábulo. As atenções estavam centradas nas árvores, no gado, no consumo, prazer.

Falava-se de Herodes, gordo e de barbas brancas como o Pai Natal, e no imperador Augusto, com enormes semelhanças a Obama. Apesar de avisadas pelos profetas, as pessoas não conseguiam sequer imaginar que Deus pudesse visitar o seu povo.

No dia de Natal ninguém achava possível haver Natal. Como hoje. Porque o Natal depende da vontade sublime de Deus, não das condições que nós criamos.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Espero-vos cá, Pe Jerónimo Nunes - Missionário da Boa Nova

Espero-vos cá

Aos 20 anos decidi aceitar ser missionário.
Pensava na África, mas foi óptimo passar 25 anos no Brasil.
Fiz o que a Igreja pediu e a realidade impôs:
ao formar equipas de celebração Dominical e criar grupos bíblicos;
firmou-se o compromisso com a evangelização dos lavradores,
apoiando os seus direitos e a sua organização.
Horas duras, tempo bonito…
Pensei que seria esse o caminho da minha vida.
Mas a bola é redonda e pequena.

Chamado a Portugal, gastei 15 anos a estimular esta Igreja para a Missão: leigos, religiosas, padres, cada igreja local a abrir-se ao Todo...
A globalização trouxe muita miséria mas ofereceu enormes oportunidades, meios para unir povos e culturas, juntar os melhores para a luta por um mundo mais justo e fraterno.
O futuro nasce dos marginalizados, das veredas por onde Jesus passa.
A interactividade entre pessoas, povos e comunidades é fundamental.
Fora disso não há salvação. Índio isolado é almoço de onça.

Os LBN nasceram em Setembro 1995, com o lema “Partindo para ficar ao lado de quem mais precisa”. Muitos foram e vieram. A caminhada firmou-se. Um núcleo duro de valentes garante o futuro.

Malema foi a nossa primeira “terra de Missão”. É aqui que podereis encontrar-me a partir de agora. Área: 4.000 km2. População: 100.000 habitantes, metade crianças até aos 15 anos. Falam português 36%. Taxa de analfabetismo: 72%.
São dados do censo de 97. Espero que tudo tenha melhorado desde então.

A primeira equipa desejava uma escola. Agora temos duas: Escola Profissional de Malema e Escola Agrícola de Nataleia. Duas estruturas para formar homens para o trabalho e para a vida.
Há anos ouvi a uma autoridade de Malema:
“para mim desenvolvimento é todas as famílias terem cadeiras, uma mesa e um prato de comida em cima.
A Igreja quer contribuir para esse tipo de desenvolvimento que abrange toda a pessoa, todas as pessoas e todos os povos.

Nestes dias partem 4 Missionários da Boa Nova para Moçambique: P. Samuel, Ir. Eduardo, Ronaldo e eu. Mas o desafio é maior do que nós e todos somos poucos para tecer esta rede inter-activa. Leigos são fundamentais para fermentar a massa.
Cá vos esperamos. Até breve.

Santo Natal para todos e cada um(a). Abraços

Maputo, 16 de Dezembro de 2009
P. Jerónimo Nunes

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Católicos penduram Menino Jesus nas varandas e janelas

Mais informação: http://www.estandartesdenatal.org/

por RITA CARVALHO

DN 29 Novembro 2009

Católicos penduram Menino Jesus nas varandas e janelas

Em três semanas, foram colocados mais de seis mil dos novos estandartes em várias cidades. Iniciativa partiu de um grupo de famílias cristãs

A ideia surgiu em Espanha há três anos e agora está a ganhar adeptos em Portugal. Este Natal, milhares de estandartes com a imagem do Menino Jesus estão pendurados nas varandas e janelas dos portugueses para "reavivar" o espírito natalício. A iniciativa é de um grupo de famílias cristãs, que está a dinamizar a venda dos símbolos nalgumas cidades do País.

"Pensamos que o Natal está a perder o seu espírito tradicional. É uma festa cristã mas os sinais públicos dessa festa estão praticamente a desaparecer", afirmou ao DN Nuno Saraiva da Ponte, o responsável pela plataforma Estandartes de Natal 2009, que importou a ideia das cidades espanholas.

"Basta percorrer a baixa da cidade de Lisboa para ver que nas decorações não há nada que lembre o Natal. Vêem-se luzes, estrelas, mas não se vê um presépio, um pastor, nada", lamenta o mentor da ideia.

Pelo contrário, proliferam os Pais Natais, fixados nos edifícios, como se estivessem a trepar pelas janelas e varandas. Ou seja, o objectivo é recuperar a ligação da imagem do Menino Jesus ao Natal, que foi substituída pelo pai natal, inventado pela Coca-Cola nos anos 30. Mas para muitos, "quem traz os presentes" é o Menino Jesus, imagem que estava a desaparecer.

Foi um "sentimento de vazio que tentámos preencher", explica Nuno Saraiva da Ponte, negando, contudo, que esta iniciativa seja uma "resposta directa" à existência de tantos Pais natais nas cidades.

"Há uns anos, surgiu o Pai Natal que é um adereço. O nosso estandarte também é um símbolo. Mas que pretende partilhar com os vizinhos, os amigos e as pessoas que passam na rua o que é para nós a alegria e o verdadeiro espírito do Natal."

A prova de que há muitas pessoas dispostas a demonstrar que "para si, o Natal é uma festa cristã", acrescenta, está na adesão à iniciativa. Em pouco mais de três semanas, foram colocados seis mil estandartes nas ruas, embora o tempo litúrgico só comece hoje (domingo), com o início do Advento. A organização espera vender, pelo menos, mais quatro mil nos próximos dias. Em Lisboa, estandartes encarnados podem ser encontrados nalgumas das avenidas mais importantes, como a Infante Santo ou a Buenos Aires. Mas a adesão é notória em outras cidades, como Porto, Braga, Faro, Évora, Montijo e Setúbal.

A ideia foi tirada de Sevilha, onde Nuno Saraiva da Ponte viu no Natal passado vários estandartes pendurados nas janelas. "Achei que era uma boa ideia. Amadureci-a e falei com outras pessoas que também tinham visto isso em cidades", contou.

Há cerca de um mês, formou-se a plataforma de famílias, um grupo espontâneo e sem qualquer ligação à hierarquia da Igreja Católica. Foi criado um site e a mensagem divulgada na Internet, através de redes sociais como o Facebook. Numa carta aí disponibilizada, o capelão da Universidade Católica convida os cristãos a "levantarem os olhos" para Cristo e lembra a "esperança" associada à mensagem do Natal.

Para a iniciativa chegar às comunidades católicas, foram contactadas algumas paróquias mais dinâmicas da capital, como a da Estrela ou dos Jerónimos. Rapidamente, a venda dos estandartes se alargou. Os estandartes, resistentes à chuva, custam 15 euros são vendidos localmente, sendo que o dinheiro serve para custear a importação do produto de Espanha e para apoiar as paróquias que colaboram na iniciativa.

A ideia original nasceu em Osuna, localidade espanhola, onde há três anos o sacerdote local lançou um desafio aos paroquianos.: recuperar a imagem do Menino Jesus.

Fonte: http://o-povo.blogspot.com/

sábado, 12 de dezembro de 2009

And so this is Christmas

Uma linda versão da música de John Lennon por Celine Dion, Charlotte Church, Gloria Stephan e um coro de crianças

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

"White Christmas", Bing Crosby

"A todos um bom Natal", Coro de Santo Amaro de Oeiras

Uma bela música de natal para miúdos e graúdos.
A todos os meus Amigos um Bom Natal!!

Jingle Cats "Silent Night"



He he he

O vencedor deste ano do Prémio Pessoa é D. Manuel Clemente, bispo do Porto




O vencedor deste ano do Prémio Pessoa é D. Manuel Clemente, bispo do Porto. "Em tempos difíceis como os que vivemos actualmente, D. Manuel Clemente é uma referência ética para a sociedade portuguesa no seu todo", considerou o juri do prémio Pessoa.

D. Manuel Clemente, que durante vários anos foi bispo auxiliar de Lisboa, foi nomeado pelo Vaticano novo bispo do Porto em Fevereiro de 2007, substituindo Armindo Coelho na chefia da diocese.

Licenciado em História e Teologia, doutorado em Teologia Histórica, Manuel Clemente, 61 anos, é presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.

D. Manuel Clemente é igualmente professor de História da Igreja na Universidade Católica Portuguesa e director do Centro de Estudos de História Religiosa na mesma universidade.

"A sua intervenção cívica tem-se destacado por uma postura humanística de defesa do diálogo e da tolerância, de combate à exclusão e da intervenção social da Igreja. Ao mesmo tempo que leva a cabo a sua missão pastoral, D. Manuel Clemente desenvolve uma intensa actividade cultural de estudo e debate público. Em tempos difíceis como os que vivemos actualmente, D. Manuel Clemente é uma referência ética para a sociedade portuguesa no seu todo", pode ler-se na acta da reunião do júri.

D. Manuel Clemente é o autor de uma vasta obra historiográfica, com destaque para títulos como “Portugal e os Portugueses” e “Um só propósito”, publicados este ano, “Igreja e Sociedade Portuguesa, do Liberalismo à República” e “Nas Origens do Apostolado Contemporâneo em Portugal- A Sociedade Católica (1843-1853)”, refere a organização do Prémio Pessoa em comunicado enviado às redacções.

O vencedor do galardão com maior valor monetário atribuído em Portugal (60 mil euros) foi anunciado hoje, às 12h00, no Palácio de Seteais, em Sintra.

Promovido pelo jornal “Expresso”, com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos, o prémio pretende “reconhecer a actividade de pessoas portuguesas com papel significativo na vida cultural e científica do país”, inspirando-se no nome do português com "maior irradiação cultural neste século, Fernando Pessoa".

Entre as personalidades já distinguidas contam-se o historiador José Mattoso - vencedor da primeira edição (1987) -, a pianista Maria João Pires (1989), o escritor José Cardoso Pires (1997), o arquitecto Souto Moura (1998), o investigador Sobrinho Simões (2002) e o constitucionalista Gomes Canotilho (2003). No ano passado, o prémio foi entregue ao arquitecto Carrilho da Graça.

O júri do Prémio Pessoa 2009 é presidido por Francisco Pinto Balsemão, tendo como vice-presidente Fernando Faria de Oliveira. António Barreto, Clara Ferreira Alves, João José Fraústo da Silva, João Lobo Antunes, José Luís Porfírio, Maria de Sousa, Mário Soares, Miguel Veiga, Rui Baião e Rui Vieira Nery compõem igualmente o corpo do júri.