quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Miguel Loureiro contesta o silêncio dos pediatras e pedopsicólogos sobre os malefícios do prolongamento dos horários lectivos das crianças

Miguel Loureiro contesta o silêncio dos pediatras e pedopsicólogos sobre os malefícios do prolongamento dos horários lectivos das crianças e redução dos "recreios" e actividades livres
Uma coisa que me deixou espantado, desde que vieram as "aulas de substituição", é o silêncio dos psiquiatras, psicólogos, pediatras, sociólogos e teóricos da educação face a tudo o que são verdades vivenciadas por cada um de nós e indesmentíveis por qualquer estudo ou medida administrativa.

1. Em criança, eu, e todos os colegas, do que mais gostávamos da escola era dos intervalos e dos "feriados";
2. ainda hoje, como professor, quando ouço colegas dizerem que gostam muito de dar aulas, eu contrario sempre, dizendo que gosto ainda mais dos intervalos;
3. sempre guardei a esperança de que os alunos acabariam por recusarem as substituições, mas inexplicavelmente, aguentaram-se;
4. claro que, com a compressão de horas a fio das aprendizagens formais, a descompressão tem que surgir de qualquer forma, e sai como indisciplina;
5. não é preciso recorrer a estudos (que são bem-vindos) para se saber o que é mais saudável e nem sequer falo nas vantagens para a aprendizagem, mas para se ser feliz;
6. o nosso Agostinho da Silva dizia que o homem não nasceu para trabalhar, mas para viver! Se os horários do Pré-escolar e do 1º Ciclo estão adaptados à idade da criança, que venha o primeiro mestre comprová-lo! Se a ausência dos pais a tempo inteiro é a melhor forma de educar, que venha o primeiro mestre comprová-lo! Se a redução ou eliminação dos recreios e dos "feriados" faz bem a alguma criança, que venha o primeiro mestre comprová-lo!
Mas a vida continua a andar ao contrário por causa do silêncio dos doutos especialistas.

Miguel Loureiro

In http://www.profblog.org/

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